Minhas Considerações sobre Persona 5 Strikers e o grande problema que surge com a fama de um jogo
Antes de mais nada um aviso de que isso não é uma análise completa do P5 Strikers pois no momento que escrevo este artigo tenho apenas 10h de jogo e a primeira Dungeon completa e o inicio da segunda.Porém mesmo que a trama sofra um grande twist eu dúvido muito que ele vai mudar muito minha experiência com este jogo então eu decidi fazer este artigo pra gente debater um pouco as circustancias do qual Strikers foi baseado e o quanto isso pode se tornar problemático.
Pois bem desde que Persona 3 surgiu a franquia derivada de Shin Megami Tensei vem aumentando seu status dentro do fandom de RPG principalmente por ele abraçar o estilo anime e ter um estilo muito original ao mesmo tempo que implementa coisas mais familiares e amigáveis a fãs de RPG diferente da série principal que é tão único que seria um nicho dentro do nicho,tanto que muitos jogos sequer sairam do Japão. O quarto jogo então elevou a subsérie Persona pro mainstream de vez se tornando muito popular e com excelentes vendas.E você imagina o que acontece quando uma franquia pequena de nicho se torna mainstream numa empresa pequena como a Atlus certo?é isso aí eles tentam capitalizar o máximo possível em cima disso.Então Persona 4 ganhou adaptações em mangá,anime,um novo e melhorado jogo,uma adaptação em anime desta versão melhorada que é o Golden(pra ver o quaão popular ele se tornou),Stage Play e o que mais a atlus pôde fazer pra lucrar em cima da marca.Porém algo chamou muita atenção,foi quando eles decidiram não só expandir as midias da série como também os generos dos videogames quando tiveram a idéia de fazer um parceria com a famosa Arc System Works,produtora de Guilty Gear e Blazblue pra fazer um jogo de luta de Persona 4.Assim talvez pessoas que curtem a empresa e jogos de luta e não curtam RPG possam se interessar pela franquia e talvez passar até a curtir. Porém pros fãs da franquia eles eram motivos de sobra pra até quem não gosta ou tem dificuldades em jogar jogos de luta mas for muito fã querer comprar mesmo assim: um modo história completo continuando de onde o jogo parou. A tentação de ver seus personagens favoritos interagindo mais uma vez é tentadora e a compra se torna inevitável. Pra nossa sorte a Arc System é uma empresa competente,e o jogo de luta é bem feito e as características de Pesona casaram bem com ele. Mesmo que o estilo de Anime Fighter(um tipo de gameplay especifico dentro dos jogos de luta como apelidaram) não seja sua praia e prefira um SF ou Tekken Persona 4 Arena agrada. Agora o que aconteceria se a Atlus tentasse isso de novo em outro gênero e não ficasse tão legal?é aí que o Strikers entra.
Persona 5 saiu e foi um sucesso tão gigantesco ou até maior que o 4.E assim como ele ganhou adaptação em anime,mangá e até um jogo de dança que é puro fanservice assim como o 4 e agora o 3 também e a sequencia do chamado Persona Q,um RPG portátil com personagens em versão chibi que reúne personagens do Persona 3,4 e 5. Mas é claro que a Atlus iria tentar mais uma vez tentar explorar outros gêneros de jogos porém dessa vez não seria um novo Arena e sim um Musou. Esse jogo que consiste na idéia de um exército de um homem só enfrentando inúmeros inimigos na tela simultaneamente é bem popular no Japão e várias empresas levaram séries famosas a produtora especialista neste gênero a Koei Tecmo como Gundam e One Piece e até empresas de jogos fizeram isso tendo Zelda e Dragon Quest também.Mas a diferença aqui é que o conceito pra atrair quem é fã de Musou a conhecer Persona e os fãs da série é o que diferenciou este jogo destes qe mencionei. Enquanto um Dragon Quest Heroes é apenas um jogo que você pode jogar ou ignorar, mas Persona 5 Strikers a coisa já não é bem assim pois eles também trouxeram a idéia de criar uma história que esmo sendo spin-off é uma sequencia do original.Então ter de volta seus personagens favoritos interagindo numa nova história acaba forçando quem não é fã de Musou a querer este título(embora tenha alguns problemas nisso conforme direi mais pra frente).Seria o meu caso também.Porém pra minha sorte o jogo foi dado na Plus e não precisei pagar e me decepcionar no processo porque a coisa foi bem embaçada aqui.
O Strikers está rodeado de problemas que estão contra ele. O primeiro é o fato de ele ser uma sequencia não do Persona 5 Royal,a versão mais completa mas sim a do original.Então esqueça Kasumi Yoshizawa aqui,ela sequer existe na trama do jogo. Isso porque o desenvolvimento deste jogo foi paralelo ao lançamento do Persona 5 original então eles ainda não tinham o Royal em mente ainda.Então se você começou a jogar o 5 pelo Royal com certeza não vai ficar muito motivado a querer este jogo principalmente se você gosta da Kasumi. O segundo peso contra ele é justamente ele ser um Musou que busca agradar os fãs de Persona então ele vai incorporar vários elementos de RPG aplicados no jogo inclusive você podendo usar coisas como a maioria das habilidades dos Personas,os status positivos e negativos,negação de efeitos,magias,skills e até os All Out attacks e o 1 More estão presentes. Então você já deve imaginar o que tudo isso adicionado a algo que não é comum no gênero aliado ao caos da tela infestada de inimigos significa não é?sim,uma verdadeira zona.E pra piorar eles nã quiseram fazer como nos Musou normais e você ter uma centena de inimigos desprovidos de IA só esperando pra serem ceifados como se fosse a grama do jardim que você corta. Aqui eles decidiram manter a dificuldade,característica da franquia presente então os inimigos vão te atacar e vão te atacar com força.E você vai passar raiva diversas vezes pois de uma hora pra outra um inimigo vai soltar uma magia que deixa seus personagens confusos e passarem a te atacar,ou te fazer ficar tonto pra te lançar uma magia poderosa ou te envenenar,e na maioria da vezes a poluição da tela é tanta que você não vai saber o que tá acontecendo,não vai ter noção do porque tomou um Game Over e até mesmo de como venceu,acredite se quiser.Em uma momento do jogo eu recuperei o HP baixo do personagem que estava controlando e fui dar dois passos e de repente fui atingido não se sabe de onde por um ataque que o matou em um instante. Eu fiquei me perguntando o que tinha acontecido aqui e até agora não sei.Da mesma forma estava enfrentando um chefe e ele tinha pouco menos da metade do HP sobrando e quando eu ia me preparar pra tirar algum dano com meu próximo movimento ele de repente simplesmente caiu e seu HP foi embora sem eu nem começar minha investida.E isso vai acontecer direto.Você nem vai perceber quando os inimigos conjurarem Tarukaja pra aumentar seus danos.Apenas vai perceber seu HP indo embora e seus aliados tombando sem nem ter tempo piscar.Então embora ele pareça mais tático e difícil que um Musou normalmente é,isso é só uma ilusão. Só existe o caos por toda a parte.
E o maior problema aqui é que como Strikers tem um formato mais próximo do RPG ele vai te dar a terrível sensação de que está o tempo todo jogando uma versão inferior do jogo convencional o que não deveria causar,isso porque a Omega Force decidiu colocar um sistema de "exploração" de cidades no jogo e coloquei entre aspas porque é exatamente isso,ele é uma versão incrivelmente limitada do mapa das cidades do jogo onde tudo que você pode fazer é conversar com algumas pessoas,comprar ítens em lojas e máquinas de bebida e investigar o próximo alvo conversando ou escutando conversas pra preencher um medidor.E é só isso que você faz aqui.Esqueça qualquer sistema de vida escolar ou múltiplas atividades.É só uma versão mais limitada e sem graça do mapa original que serve apenas pra quebrar o ritmo de jogo porque eles decidiram fazer igual o jogo original onde você não tem tanta liberdade pra usar magias como quiser porque ítens de recuperação de SP são escassos e recuperam pouco os que tem nas máquinas de bebida além de serem limitados. O que é bizarro num jogo Musou onde luta contra centenas de inimigos,então logo ficamos sem sP tendo as vezes que apenas voltar pro mundo real e se reabastecer.E comprar ítens na loja da Sophia a nova personagem porque você VAI precisar porque o que mais fica fazendo em batalhas é ficar no menu curando seus personagens por causa do forte ataque dos inimigos.E vai gastar tudo tendo que comprar de novo então é obrigado a voltar ao mundo real apenas pra isso na maioria das vezes e isso quando não tiver bloqueado.
E um sistema chamado Bond substitui os Social Links onde abrange o grupo como um todo onde vemos interações na história do grupo subimos uma barra e cada nível te dá pontos pra desbloquear atividades.Mas não espere algo do nível dos social links separados.E existe um sistema de quests pra revisitarmos as Dungeons já que aqui temos as Jails que funcionam diferente dos Palaces e nãos e destroem com a missão cumprida. Então dá pra visitar novamente e cumprir as quests secundárias.
O problema é que tudo isso que eu falei acima me fizeram não conseguir me divertir com o jogo. Mesmo já tendo aquela mentalidade do conceito de Gaiden de ter múltiplas histórias paralelas de uma série eu fiquei desmotivado ao jogar uma sequencia do original e não do Royal mesmo só tendo zerado o normal. E com esses problemas de gameplay onde não consigo iscar pra pensar na maioria das vezes me faz me perguntar o poruqe deste jogo existir se tudo nele me trás uma sensação inferior a experiência que tive com RPG. Então o conceito que eles aplicaram de modo decente no arena acaba se perdendo aqui pra mim. Quanto a história que se passa 6 meses depois do jogo original e envolve as férias de verão junto com a trilha sonora e a exploração de Dungeons talvez seja o que salva um pouco,porém tem seus problemas também. A trama continua do jeito Persona de ser com longas cutscenes e até sendo prolixo muitas vezes mas fica a sensação de que inventaram uma desculpa pra ela continuar e que ela não vai ser tão grandiosa ou importante do que o jogo original.Não é como KH Chains of Memories onde a trama é essencial conectando o 1 e o 2. Ele dá a impressão de que se você não jogar não irá fazer diferença.Os personagens que você conhece com exceção dos dois novos estão todos desenvolvidos e não há grandes expansões pra você. Apenas as divertidas conversas em grupo vão te satisfazer. E esqueça qualquer tipo de coisa que você fez no jogo anterior,Social Links,namoradinhas,nada disso faz diferença neste jogo porque não existe um save pra trazer seus status do original pra termos cenas exclusivas.E obviamente temos as Jails que são pequenos arcos que irão estar conectados a quem está por trás de tudo isso como sempre só que o primeiro arco foi bem inferior ao que experimentei em Persona 5.Isso pelo fato do arco estar ligado a personagens que não fazem parte do meu grupo como é no RPG. Eles tiveram que tirar muito do vilanismo dando uma motivação mais triste pra fazerem o que fazem e uma idéia de redenção mas com a primeira personagem Alice isso não funcionou porque é uma história contada sem muita profundidade e ela aparece muito pouco na história,fazendo o impacto dessa história ser muito,mas muito menor.Eles até tentam linkar com algum personagem do grupo que usa o que experimentou no jogo anterior como lição pra guiar essa pessoa a redenção.Mas não espere algo realmente que te marque. E no fim o personagem sai da trama e segue pro próximo.E eu senti que cada Jail eu ia experimentar a mesma sensação até rolar algum twist e mudar tudo como é de costume. As músicas continuam sensacionais mas apenas temos reutilização das trilhas do original aliada a remixes d músicas.Existe novas músicas e são sensacionais novamente pela cantora Lynn pra compensar. As Dungeons pelo menos tentam mais ou menos reproduzir o conceito do original onde você precisa fazer tarefas especificas pra cumpri-las e a idéia é a mesma onde vemos um Shadow e com stealth e o emboscamos pra ganhar vantagem,sendo o contrário também possível e missões pra proteger a Futaba enquanto ela hackeia um portão fechado.Mas com as batalhas caóticas e nada divertidas do Strikers isso acaba sendo apenas um detalhe.
Dito isso me fez refletir um pouco sobre isso,até que ponto você é fã de algo pra encarar um produto dele que não é o que a gente espera?obviamente o ideal seria ter uma sequencia de Persona 5 estilo RPG tradicional ao invés de um jogo de um outro gênero e que te proporciona uma experiência anterior.Só que sabemos que um jogo desse n´viel não fica pronto em um ou dois anos. Mas Strikers fica com uma tremenda cara de caça-níquel porque ele te obriga a querer comprar de todo modo. Porém diferente do Persona Arena onde els acertaram o gênero do jogo,na desenvolvedora e nos seus elementos que realmente te fazem ter uma experiência diferente mas que não é inferior ou superior ao original(ao menso na criticada história talvez).e o problema do Strikers é que ele parece uma experiência inferior ao original que nem é baseado na versão mais completa do jogo(diferente do arena que tem a Mary do Golden dando a entender que ele é sequencia desta versão melhorada,o único problema é a própria Atlus que não disponibiliza essa versão pros consoles atuais,só pro PC)
Aí te resta duas opções (se você baixou na PSN de graça,o meu principal motivo pra pegar o meu Persona 5 do save de 20 horas de 2 anos atrás numa época que fiquei ocioso nos games)jogar no fácil pra conferir a trama e aí o jogo fica fácil até demais ou fica se estressando demais no normal porque diferente de jogos desafiadores muitas vezes você sentirá a injustiça toda em tudo aquilo.O jogo está absurdamente serrilhado principalmente se estiver no modo de framerate. Acaba tirando um pouco do senso artístico maravilhoso do original. Dificilmente eu recomendaria Strikers principalmente se você tiver jogado só o Royal,já é difícil mesmo pra quem jogou o normal.E pra quem quer um jogo tático RPGs de ação oferecem muito mais disso mais que ele
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