10 anos do anime de Jojo's Bizarre Adventure,35 do mangá e o final espetacular de Stone Ocean: uma das obras mais icônicas e influentes dos Battle Shonen
Jojo's Bizarre Adventure é o mangá escrito por Hirohiko Araki em 1987 e esta obra é um tanto peculiar pois ele não tem apenas um protagonista que acompanhamos sua história até o final,mas sim dele e dos seus descendentes através das eras em localidades diferentes,cada qual com sua trama fechada mas que possuem ligações com as demais. Jojo por coincidência se parece coma franquia de jogos Castlevania surgida no mesmo ano onde vemos cada jogo tendo um descendente da família Belmont enfrentando o Drácula através dos séculos e curiosamente aqui também tínhamos um vampirão,Dio Brando que é o responsável pela maldição de uma família,os Joelstar através das décadas. Eu conheci Jojo antes de sua fama trazida pelo anime com os jogos da Capcom na década de 90 onde joguei sua versão do PS1 e mesmo sem entender bulhufas do que estava acontecendo eu pude desfrutar um pouco da criatividade e loucura dessa série sem nem ao menos saber sua real importância e o quão influente e popular ele era. Afinal a gente acha que tudo que e conhecido mundialmente significa que isso é o que a tona importante, mas muitos sucessos japoneses e que são muito influentes ficam restritos por lá por algum motivo,principalmente seu acesso e conhecimento geral e poucas informações pra que a pessoa possa se engajar na obra. Jojo é esse caso orque ele não teve em seus 25 anos de trajetória uma adaptação em anime que popularizasse a obra a nível mundial a não ser um OVA de qualidade duvidosa da parte 3 e um filme perdido da parte 1 que ninguém tem acesso mais. Isso até 2012 pois com a onda de revival de obras antigas com adaptações em anime e até mesmo remakes que estamos tendo até hoje(e muito bem vindas pois finalmente tivemos uma adaptação decente de Dragon Quest Dai no Daibouken até seu final já que o anime antigo terminava no meio da história) a David Production enfim realizou o sonho de mutos fãs da série que queriam ver as loucuras do autor Hirohiko Araki em cor,som e movimento e também a chance de finalmente essa obra se popularizar mundialmente. E o estúdio não teve um investimento premium nem uma staff top pra isso. Tudo que eles precisaram fazer foi capturar perfeitamente o clima bizarro da obra e seu famoso e único senso artístico e estético aliada a uma boa direção que consegue deixar situações com animação de baixa qualidade parecer a coisa mais sensacional e épica já feita além de manter o estilo e a essência dos anos 80,e também adaptar bem o roteiro sendo a pessoa responsável por isso ser a talentosda Yasuko Kobayashi famosa no mundo do Tokusatsu mas também do anime sendo responsável pela adaptação do roteiro de Shingeki no Kyojin que inclusive acrescentou vários extras que ajudavam aquela obra. Quando vi Jojo pela primeira vez,a sensação nostálgica de estar vendo um anime que parecia com anos 80 era muito forte principalmente pela abertura que tocava em forma de hino da série ao invés das músicas pop de artistas famosos que ão colocadas como impulsionador de vendas da banda ou artista bem ao moldes antigos como Cha-la Head Cha-La e Pegasus Fantasy,que deixa Jojo ter sua marca registrada mesmo sendo uma obra feita nos dias atuais. E eles acertam mais ainda ao colocar músicas ocidentais clássicas nos encerramentos como Roundabout que combina com a essência de Jojo de ser inspirado em muitas bandas e artistas ocidentais dos quais o autor batiza personagens e seus Stands.
Jojo é um mangá dos anos 80 e sua parte 1 a Phantom Blood seguia os mesmos moldes dos padrões da época,história simples de bem contra o mal,com muito drama exagerado mas Jojo tinha um diferencial que o tornava único:ele levava seu título muito a sério pois esse mangá é tão insano e louco que você acreditaria que isso só sairia da cabeça de um bêbado ou de alguém com sanidade mental duvidosa,e é isso que Hirohiko Araki é,uma pessoa de sanidade mental duvidosa,louco e gênio suficiente capaz de pensar no impensável,de criar o que ninguém em sã consciência pensaria. Então vemos que Jojo é esse mangá de lutinha padrão anos 80 porém hyper exagerado e hyper dramático feito pra não se levar a sério e causar a sensação no leitor de que aquilo que ele está lendo é insano e ridiculo demais pra ele levar a sério,exceto quando algum personagem morre ou quando alguma história dramática mais séria sobre o passado dos personagens é contada. Note que Araki não usa os meios bizarros pra descrever esses eventos justamente pra não tirar o peso de quem está lendo,ou provocar uma sensação indevida,coisa que ele não faz em 99% da série pois mesmo quando Jojo parece estar se levando a a sério como na parte 1 ele não está,nem mesmo quando Dio brando o meio irmão do protagonista decide fazer da vida dele um inferno roubando o beijo da sua amada ou queimando seu cachorro. Tudo é pra ser exagerado e mega dramático de propósito,e muitos leitores tem a sensação que a parte 1 é uma verdadeira novela mexicana,e de fato é pra ser isso mesmo. . Afinal quem poderia pensar que na parte 2 um militar ao presenciar um ser que transcende a humanidade,que alcançou a quase perfeição o batizaria de... Santana?Sim o vampiro secular,o home do pilar que é maior que qualquer ser humano é chamado de santana. Como não amar isso?Essa bizarrice que cativa e nos faz nos apaixonar por Jojo fora as poses exageradas e malucas que viraram tendencia e muitos memes de internet entre os fãs. O tom artístico de Araki que lembra dos estilizadas de moda faz com que presenciamos homens musculosos em poses fabulosas.
Quando vi o primeiro episódio de Phantom Blood mesmo não sendo o Jojo que conheci,algo parecido que senti ao ver o inicio de Dragon Ball no SBT sendo que eu conheci primeiro a faze Z por jogos de SNES e revistas eu já tive a sensação do porque Jojo era algo tão único. Mesmo que nesse inicio suas raízes inspiradas no Hokuto no Ken a maior referencia da obra Jojo tinha um estilo único e inconfundível e aqueles personagens eram tão icônicos quanto eu percebi os de Kamen Rider de 71,ou de Mobile Suit Gundam de 79 quando via da primeira vez.Mesmo que o próprio Araki não goste da simplicidade da história que ele criou hoje em dia talvez ele nem se lembre que estava apenas seguindo a roda ms ao mesmo tempo dando seu toque de originalidade e personalidade. É tudo muito simples,Johnnattan Joelstar é a personificação da bondade, praticamente o Superman japonês enquanto Dio é a personificação da maldade absoluta. A história começa quando o pai de Johnanatan adota Dio por uma armação do pai do moleque loiro pra ele ser adotado por uma família rica. E a partir daí o destino desses dois passam a permear por mais 6 sagas.
Cada aga tem seus próprios personagens,temas e estilo que se diferem e todos unidos pelo mesmo ecossistema,porque na verdade nua e crua Jojo é um simples mangá de lutinha que foca nisso e nada mais.Com o passar dos anos os protagonistas vão seguindo as mesmas tendencias da época em que a obra estava sendo publicada tendo mais profundidade assim como os vilões. A parte 2 temos Joseph que já é diferente do Johnnattan pois ele é mais malandro e cômico então é muito legal você ter cada Jojo sendo diferente um do outro,ao mesmo que a narrativa possui suas próprias peculiaridades sem fugir da essência da obra e isso trás a renovação a uma obra tão extensa que dura 35 anos
A parte 3 é a parte mais importante da franquia e é a favorita e icônica do público japonês,também é minha favorita por ser simples e icõnica e também foi a que mais trouxe referencias culturais nas produções de lá.No Jojo nós tínhamos o "poderzinho" da vez chamado de Hamon que usa a respiração pra canalizar a energia do Sol,algo que era necessário pra encarar vampiros como o Dio porém agora o novo poder vem dos Stands que surgem graças principalmente a flechas feita de um meteoro que caiu milhares de anos na Terra e que são manifestações da pessoa como se fosse um avatar do seu poder.esse sistema se apoia nas próprias bizarrices da série pois tudo quanto é tipo de Stand com variados e mais loucos efeitos podem ser criados e aqui que Jojo ganha uma riqueza enorme pois seus combates são desenvolvidos por extensos jogos de inteligencia envolvendo as mecânicas desses diferentes Stands o que faz com que Jojo não tenha aquela tradicional pancadaria de trocação de socos como vemos em Dragon bal mas todo tipo de situação maluca pode surgir como um personagem ser atacado pelo Stand que o faz encolher e ele não sabe quem é que fez isso, e ter de descobrir quem é seu usuário. Ou até mesmo Stand que consegue transformar as pessoa num mangá vivo e podem ler uma história de sua vida virando as páginas,ou até o poder de dar vida a personagens fictícios,tudo é absolutamente possível agora,bem como os poderes mais tradicionais como parar o tempo por alguns segundos.Pra se ter uma idéia Hunter x Hunter sem dúvida é uma das obras com maior influência de Jojo pois ela segue esse modelo não ortodoxo também E não é a toa que Stardust Crusaders é basicamente um festival de lutas com usuários de Stands em episódios fechados até chegar no vilão final bem no estilo da sua jornada no game de luta como Street Fighter II e isso não torna Starduts menos interessante,pelo contrário,é justamente isso que o torna tão bom,pois a grande estrela de Stardust são as lutas e os Stands com poderes insanos e em como cada personagem irá lidar com eles.Eu acredito até que o Araki possa ter feito a parte 3 com base no SFII porque o conceito é muito parecido,onde escolhemos um personagem e enfrentamos todos os inimigos com habilidades diferentes até chegar no chefão final.Como o jogo foi icônico e influente não é de se estranhar se fosse a inspiração desse arco. A parte 4 foca no jovem estudante Josuke e uma cidade que é a protagonista da trama e seus habitantes e esse sentimento é muito legal e diferencia da parte anterior,mostrnando que araki não gosta de se reptir,pra ele era fácil simplesmente manter o que dava certo e o que vendia,mas decidiu dar uma sensação diferente a cada nova saga,mesmo que isso faça aquela famosa discordância entre os fãs sobre qual parte é melhor,algo bem desnecessário pois pra mim cada Jojo é boma a sua maneira. E a parte 4 segue mantendo ainda o fast food de lutas inanas contra vilões episódicos mesmo tendo um pouco mais de senso de continuidade.Ele também trouxe Yoshikage Kira,um dos vilões mais sensacionais dessa série. Ele era um serial killer que apenas queria viver sem chamar a atenção e evitar conflito pra não ser descoberto e isso torna ele tão interessante. E na parte 5 temos um rapaz o Giorno que quer se tornar o líder da máfia por razões muito interessantes que são contadas na série mas precisa fugir do atual chefão,Diávolo,o inimigo da vez e seus capangas em mais uma churrascaria de batalhas episódicas contra o Stand da vez até o confronto final.
E a cereja do bolo é a parte 6. Eu nunca levei Jojo a sério,afinal é a natureza da própria série embora tenha tido partes tocantes como do Jotaro e a foto dos amigos,as mortes deles mas essa sexta parte me fez sentir emocionado pois Jojo havia se tornado um evento pra mim e que acompanhei por 10 anos,justamente na época onde o acesso a internet se abriu na minha região e um mundo de possibilidades nova se abriu. Essa série tem o final mais explodidor de mentes e um dos mais marcantes e épicos que eu já vi em qualquer obra e me fez ficar pensando nele por dias de tão impactante que ele foi.Foi também uma despedida daquele mundo que em sua bizarrice icônica trouxe diversos personagens e histórias que passei a amar.A forma como ele terminou mostrou uma sensibilidade muito grande que não esperava ver do Araki,ele precisava criar um significado mais profundo na finalização dessa obra e fazer os fãs sentirem isso ao ver.Porque tudo nela começa como se fosse uma parte de Jojo qualquer mas a coisa escala a níveis absurdos e o que começou como aquela série holywoodiana um tanto antiga chamada Prison Break que foca nos personagens vivendo o dia a dia na cadeia se torna a Crise nas Infinitas Terras da DC no fim O padre Puchi que tem um passado absurdamente trágico decidiu executar o plano do Dio de alcançar o céu criando um Stand mais poderoso que tudo já visto pra alcançar tal ambição. Pra isso ele precisa saber o que tem no diário de Dio com a metodologia pra criar esse Stand,que Jotaro kujo sabia pois leu seu conteúdo antes de o queimar. Então Pucchi simula um atropelamento pra jogar a filha de Jotaro,Jolyne na prisão pra atraí-lo e roubar sua memórias com seu Stand e descobrir o conteúdo do diário. Jolyne que tem problemas com o pai ausente entra num jornada na prisão onde ela cresce e amadurece entendendo seu pai e o fardo da famiíia que o afastou dela. Porém tudo que os personagens fizeram pra parar Pucchi acabaram levando ele a completar seu objetivo que era criar um Stand chamado Made in Heaven capaz de controlar a força gravitacional do universo e fazer o tempo acelerar até o fim dos tempos,fazendo o universo chegar ao fim e ser recriado a semelhança do anterior mas com todas as pessoas sendo trazidas a esse mundo(os humanos não são afetados onde as mesmas coisas irão acontecer. Mas agora as lembranças do outro universo ficarão gravadas nas suas mentes pra que elas saibam o seu destino e o aceitem de bom grado vivendo em plena paz. esse era o ideal de Dio que se torna uma ambição bem menos egoísta do que o personagem transparecia,dando maior profundidade ao mesmo, mas ainda assim uma decisão extremamente arbitrária e que tenta decidir o que é melhor pra humanidade sem o consentimento da mesma,algo que é muito similar aos padrões dos vilões atuais,onde muitos tem uma causa nobre mas fazem todo tipo de atrocidade pra cumprir e com Pucchi não é diferente,tudo isso foi feito principalmente porque ele mesmo não pôde ver o seu destino e acabou sendo engolido pela culpa de ter matado sua própria irmã,fazendo o vilão ser o mais complexo de toda a a franquia até então.Numa batalha final que parecia impossível e ainda por cima extremamente tensa onde a vitória parecia impossível e ficamos com o coração na mão tentando imaginar como irão parar o imparável,porém os Joelstar são uma família acostumada a passar por cima das adversidades e fugir do destino certo, e isso que leva a vitória brilhante nas mãos de uma garoto indefeso,o Emphorium que ajudou Jolyne e é o único sobrevivente que sentiu a dor de ver seus amigos sendo substituídos por cópias já que quem morreu antes do reset não volta já que isso não se trata de viagem no tempo mas sim de criação e destruição que vem da teoria do Big Crunch e do Big Bounce(ambas vindas do Big Bang) que o Araki combinou,e portanto cópias similares são criadas em seu lugar pra preencher a vaga perdida,como se o universos e auto corrigisse. A forma como Pucchi e seu Stand Made in Heaven é derrotado é brilhante mostrando que até o stand mais poderoso capaz até de quase inutilizar o Star Platinum pode ser derrotado com uma estratégia bem simples e que faz sentido,se você der oxigênio demais a uma pessoa ela morre também e num quarto fechado Pucchi não teve escapatória e acelerar o tempo só faria sua morte ser mais rápida,ele caiu num armadilha,morto pelo poder do irmão que arruinou a vida de modo afoito por um poder que Jolyne confiou a Emporio antes de morrer se sacrificando pra salvá-lo. Mas ao salvar todo mundo um terceiro universo é criado onde Jolyne não é mais um Jojo e se chama Irene(Irene seria o Jolyne mas sem o Jo) mostrando que o legado de batalhas e tragédias tinha chegado ao fim.Sem a presença do Pucchi que morreu no universo anterior e não influenciou a vida de ninguém tudo seguiu de forma feliz. Triste porque não são os mesmo personagens que conhecemos e feliz ao mesmo tempo porque esse mundo estará enfim livre da influencia de Dio e os Joelstar não precisam mais ter que lutar. E assim encerrando esse primeiro universo de Jojo onde tudo está feliz pelos próximos séculos na família Joelstar e possibilitando ao Araki recomeçar do zero em um outro universo. Significativo,simbólico e uma despedida desse universo que tanto amamos. Tudo ao som de Roundabout o primeiro encerramento e artes mostrando cada saga trazendo sensação de nostalgia e despedida. O final perfeito.Não poderia ter ficado mais satisfeito.
As influências de Jojo são inúmeras e estão presentes em inúmeras obras da cultura pop como a personagem Rose de Street Fighter,o Benimaru do KOF,a série Guilty Gear,a série Persona,as referencias a poses que vemos em várias obras,referencias ao "Ora Ora Ora",a marca registrada dos Joelstar que surgiu com Jotaro. A importância da obra é tão grande que o Araki já desenhou a capa da revista de moda Vogue.é uma obra com um legado imenso e que tenho muito carinho. Mal posso esperar pra ver o que o Araki preparou pra seu novo universo que conta com a parte 7 e a 8 e a vindoura parte 9 em breve.
Uma coisa surpreendente foi quando a autora de Kimetsu no Yaiba disse que Jojo foi uma das principais influências ...a primeira vista isso parece estranho pois Demon Slayer tem um estilo mais tipicamente japonês,mas analisando melhor que o clima da série é influenciado por Phantom Blood mesmo que essa tenha sido a fase mais ocidental da franquia com um clima semelhante ao terror clássico da Universal e da Hammer.Os oni lembram mais vampiros do que seu retrato folclórico tradicional,e é óbvio qual personagem inspirou Muzan(inclusive tentando usar o mesmo plano do final de Phantom Blood).Outra curiosidade é que incialmente Araki planejou Stardust Cruzaders como uma adaptação mais direta de Dracula,mas o editor mudou seus planos exigindo um herói mais japonês.Mas a parte 3 ainda tem algumas influências da obra de Bram Stocker,como Josef parecendo uma versão musculosa do professor Van Helsing.
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