JUDGMENT TIME: Final Fantasy VII Rebirth é a realização de um sonho de uma forma quase perfeita.A imersão que a tecnologia atual pode oferecer a um título clássico





 Quando imaginávamos um remake de FFVII a principal coisa que vinha na cabeça era o que uma tecnologia mais avançada poderia proporcionar a um título tão cativante?Remake nos deu esse gostinho mostrando uma Midgar com um estilo que mescal o cyberpunk com a fantasia e com ambientes pobres e sujos que refletiam a vida dura do setor 7 em contraste as colossais torres dos reatores e o prédio da Shinra.No entanto ainda era só o começo e Rebirth iria mostrar pra nós como é o mundo de Final Fantasy em sua quase total plenitude e o que posso dizer é que Rebirth mostra exatamente aquilo que a gente espera que um Remake faça,mos mostre de uma forma nova aquilo que a gente já conhecia e a surpresa foi muito boa embora nas partes de gameplay ainda não seja a obra-prima prometida e até mesmo nos aspectos na exploração que irei abordar.



Eu posso dizer que a ambientação de FFVII Rebirth é fantástica.Ver os campos floridos da área plana assim que saímos de Kalm te dá uma sensação diferente.Ver que aquela fazendinha simples do original agora é uma verdadeira fazenda gigantesca e convincente com várias pessoa trabalhando nela é gratificante bem como o pântano que de fato parece com um.A região de Corel mostra ser uma cidade turística com atrações esportivas como tirolesa espalhada por todo o ambiente assim como suas praias paradisíacas,em total contraste com o deserto imenso que só temos acesso mais tarde com o Buggy. Aquele canhão de Junon colossal e imponente que nos faz sentir como formigas mesmo andando na Tiny bronco que é capaz de suportar nosso grupo inteiro dentro dele(incluindo quem não está jogável como Vincent e Cid).A floresta de Gongaga com aquelas vegetação que nos deixa confusoe um tanto perdidos embanjam  natureza,mas o cenário que mais impressionou foi o Cosmo Canyon que é IMENSO e vemos de uma forma bem interessante o quão religiosos os cidadãos são e vemos que ao mesmo tempo ele é um ponto turístico interessante. Infelizmente ainda existem algumas limitações ao explorar e mesmo tendo ações no terreno pra pular obstáculos ainda não dá pra subir em toda rocha que existe mas existem vários pontos de chocobo que precisamos liberar que dá pra garantir uma  viagem rápida custando os travesseiros que servem pra Cloud não sujar sua roupa sentando nos bancos destes pontos.Como no jogo original não é possível ir a certos lugares se não tivermos os meios de transportes certos. Alguns deles são os chocobos de regiões diferentes com cores diferentes e habilidades diferentes,tem um que consegue escalar paredes,outro que flutua sobre a água etc e ainda temos o Buggy presente só na região de Corel. Algumas mudanças foram feitas em certas áreas e eventos,não temos Wu Tai e nem o Rocket Town que conta  história do Cid,é uma tanto estranho mas compreensível já que o Cid não é um personagem jogável e seria estranho abordar sua história aqui.




E melhor que a imersão no mundo é a imersão nos personagens. Esse grupo de FF é um dos mais carismáticos e interessantes que esta franquia já viu e tudo isso é potencializado pelas novas interações entre eles que ajudam a dar ainda mais profundidade. E quem não era tão explorado assim agora se tornou mais. Então ver coisas simples como a Tifa contando sobre coisas dela como o fato de ela ter uma gatinha quando nova enquanto resgastamos uma de uma mulher que cupa sua antiga casa é gratificante assim como ver ela e Aerith se tornando melhores amigas,em determinados momentos fica meio implícito que as duas conversam sobre o Cloud e o Zack embora elas sejam meio que rivais do amor,elas se dão muito bem especialmente quando é pra tirar um sarro dele quando aprece um pássaro com um cabelo igual do Cloud ou quando pedem pra ele fazer algo que  deixa meio embaraçoso.agora a Yuffie está melhor integrada ao grupo pois a introdução a ela é diferente,ela não surge roubando nossas Materias,nós salvamos ela daquele monstro marinho de Junon Baixa e ela está mais engraçada e carismática do que nunca,porém ela não esqueceu do que aconteceu na INTERmission e ela esconde um ódio muito grande pela Shinra especialmente a Scarlet. Barret continua o mesmo de sempre e aqui podemos ver de forma melhor todo seu passado e até mesmo a perda de sua esposa. O Caith Sith que era um personagem que ninguém se importava tanto agora está muito bem desenvolvido e divertido,a forma como ele se mexe é muito legal. Cid é bem diferente do original,sem o charuto e seus palavrões,mas gente boa que o normal,é verdade que a Square anda muito politicamente correta mas essa mudança não ficou ruím,e o Vincent segue sendo o Vicent. Agora quem mais surpreendeu foi o Red XIII e chega a ser diferente do original,pelo menos eu não lembro que era assim lá,mas aqui descobrimos que o Red na verdade é só um garoto que finge ser intelectual e sábio,forçando a voz(ele tem uma voz mais infantil) que só se mostra pra nós quando chegamos em sua casa.Ainda temos os personagens novos que surgiram no Remake e aqui temos mais alguns rostos novos junto a alguns conhecidos como a Kyrie Canaam pra dar mais vida a esse mundo de FFVII,fazendo que sua missão de salvar esse mundo torne o peso da tarefa ainda melhor,pois personagens interessantes que cruzam o nosso caminho valem o sacrifício, porém o ponto baixo é a participação meio confusa do Zack,ela por enquanto não me pareceu acrescentar nada de interessante a trama,e essa parte de mundos paralelos poderia ter ficado de fora do enredo,me parece algo deslocado da luta pra salvar o planeta.Agora ao fazer sidequests de mundo ganhamos pontos com personagens que melhoram a afinidade deles com Cloud,e isso também inclui os ataques de Sinergia e respostas que escolhemos pra ele,o que dá ainda mais personalidade e foi a melhor adição do jogo.existem vários momentos bem marcantes na trama,como por exemplo percebemos que as memorias de Cloud sobre Nibelheim estão confusas e Tifa sabe disso mas acaba não falando nada pra não o ferir,existe um momento que ele desconfia que ela não é real e discutem. A relação entre os personagens é tão forte e bem construída que fica fácil entender porque esse é um dos melhores elencos do jogo. Existem vários eventos novos do jogo,uma coisa bem interessante é a gente ver o Cloud ficando diferente perto do final da jornada,se tornando mais frio e pragmático do que ele costuma ser. Porém a parte final da morte da Aerith não ficou tão boa quanto o original em algumas partes,em outras como mostrar a reação de todos ficou muito boa,mas por algum motivo a cena do Sephiroth a perfurando e nem do Cloud a deixando no rio,na verdade tem umas cenas bem confusas e uma surpresa na cena final do jogo. De resto FVII Rebirth continua nos mostrando uma jornada interessante de reflexão sobre a vida e o sentido dela,o fato do planeta estar vivo,e poder morrer com a exploraçãod e sua fonte vital dá um peso diferente a outras histórias onde salvamos o planeta,o conceito de vida e morte com a pessoa morrendo e sua alma retornando ao planeta pelo Lifestream e nossos personagem que perderam tantos entes queridos pelo meio do caminho,Tifa perdeu o pai,Barret a esposa e seu amigo,Yuffie o seu companheiro da versão anterior,Aerith o Zack e sua mãe. A cena mais emocionante desse Rebirth é quando Aerith criança está com sua mãe perto de morrer e assumimos o controle dela implorando as pessoas de Midgar por ajuda,é de cortar o coração,porque o jogo nos faz sentir o peso dessa tarefa ao assumir esse controle.ele também fala sobre a ambição humana de alcançar algo inimaginável uma Terra Prometida onde a felicidade pelan existe mas ao custo de todo o resto,sujando as mãos,fazendo experiências com formas de vida desconhecidas.



Em relação a exploração temos diversas missões paralelas pra fazer,a grande maioria com o Chadley pra desenvolver novas matérias especiais e dar upgrade no simulador de batalha pra conseguir mais matérias fortes exclusivas. O problema é que apesar de ser um tanto generoso,essas missões são muito repetitiva,pois teremos torres pra ativar,e assim habilitar pontos de interesse,fontes de Lifestream pra analisar(ao menos você conhece a história de cada localidade,isso é muito bacana),materiais pra síntese desenterradas pelo chocobo(ele pode desenterrar ítens comuns farejando no mapa),pontos de interesse com baús,analise dos templos da summons onde precisamos seguir uma sequencia de botões,e inimigos especiais no mapa que são variantes dos inimigos normais,um pouco mais fortes que são bem simples de encontrar. Existe monstros especiais,esses sim dão um desafio diferente e recompensador. Mas precisamos repetir tudo isso em cada região nova que formatos e as únicas missões variadas além da sidequest de personagens é a busca pela protomateria que te trás missões variadas em cada região embora algumas envolvem participar de minigames meio chatos pra poder concluir,uma delas inclusive trás personagens importantes que surgiram no INTERmission. Uma das piores sidequests do jogo é a dos Moogles onde toda região possui uma casa do Moogle que sempre te pede o mesmo favor,que é encontrar outros Moogles e mandá-los pra casa enquanto eles fazem traquinagens pra te impedir.e o desafio é sempre o mesmo apenas aumentando a dificuldade se tornando bem insuportável nos níveis mais altos. Então a Square Enix ainda não conseguiu deixar o mundo a se explorar interessante totalmente,mas devo dizer que é uma evolução comparado ao mundo morto e tedioso do FFXV,mas é melhor eles repensarem nisso na sequencia. E outra coisa que eles precisam fazer é parar de fazer o Chaddley entrar em contato conosco quase  a cada missão concluída pra dizer coisas óbvia,chega a ser um pouco irritante.Em compensação as dungeons desse jogo são uma delícia de explorar,todas muito variadas e interessantes,em alguns casos até assumimos o papel dos outros personagens do grupo fazendo coisas diferenciadas. A melhor missão sem dúvida é do Templo dos Anciãos onde precisamos formar o lugar que tá todo bagunçado com o poder de Aerith sobre o Lifestream.



E batalhar em FFVII Rebirth é exatamente igual ao jogo anterior com a diferença que agora temos o sistema de Sinergia onde usamos habilidade ofensivas e defensivas em conjunto e elas são uma alternativa pra encher seu ATB mais rapidamente já que elas não consomem e existe um Limit em conjunto que só enche se você usar habilidades especificas com ícone de sinergia.O grande problema é que esse sistema de batalhas carrega as qualidade e defeitos do original pois a idéia do Remake é mesclar tempo real com turnos,tentando agradar novatos e veteranos,algo que não funciona muito bem quanto se espera. A idéia aqui é que você se movimente e se preocupe em esquivar atacar e defender enquanto dá comandos pro seu grupo todo,pois neste jogo não existe uma autonomia plena da party controlada pela CPU pois ela apenas faz o básico como atacar e defender e pra você fazer eles agirem sozinhos precisa equipar certas Materias que fazem coisas básicas demais como a magia automática que faz o personagem usar uma magia de Gelo num inimigo fraco a ele porém só funciona com uma magia por vez,então você vai preferir usar a Cura nesses caso,mas aí a CPU vai sempre te curar quando seu HP estiver baixo até torrar totalmente seu MP. Também  dá pra usar uma Materia com a habilidade da arma equipada quando tiver precisando conseguir alguma específica.A Tifa e a única que usa o Poder Imensurável com essa Matéria e somente ela faz isso. Então o jogo quer deixar nas suas mãos o gerenciamento da Party inteira como se fosse um jogo de turnos mas mantendo a ação em tempo real apenas fazendo o tempo desacelerar quando escolhemos o comando,enquanto ainda tem que se reocupar em atacar e se defender dos inimigos em tempo real. Como seus personagens demoram uma eternidade pra encher o ATB pela cadencia exagerada nas ações você tem que trocar constantemente de personagem pra usar suas habilidade o que se torna bem maçante. Muitas vezes você perde porque a dificuldade do jogo se eleva artificialmente por conta dos defeitos desse sistema. Já perdi a conta de quantas vezes perdi meu personagem com HP próximo da morte sem ATB e os meus aliados sem ter ATB cheias pra eu poder me curar. Aí seu eu troco de personagem a CPU simplesmente morre por não saber se defender tão bem quanto eu estava. Aí você olha pra rás e vê o maravilhoso sistema de FFXII que também combina tempo real com turnos mas dando um aspecto estilo MMORPG onde usamos os sistema Gambit que nos dá um complexo sistema de programação da CPU fazendo ela cobrir várias situações,podendo ter 14 delas. Aí você só precisa usar aquelas não programadas manualmente se necessário. Nós podemos também trocar de personagens,dar comandos pra eles enquanto controlamos o nosso escolhido e se quiser pode até mesmo jogar no estilo de FFVII desligando os Gambits de geral e dando comandos manias se for louco o suficiente pra isso,mas o mais importante é que você pode escolher. E a sensação que eu tenho é que no FFVII Remake e Rebirth é um retroceso,ainda mais fazendo você depender da ATB tanto pra usar magias e habilidades quanto usar ítens o que torna o jogo artificialmente mais difícil do que deveria. Ao menos as lutas contra os bosses são insanas e são as melhores do jogo,embora eu ache que o jogo precisa de um botão de skip nas cutscenes das batalhas caso você tenha de repetir. Só que a equipe da SE exagerou demais na batalha final onde somos obrigados a enfrentar Sephiroth em inúmeras formas usando toda a nossa party e você que se vire se não tiver Materias pra equipar todo mundo. Outra coisa ruím é a mudança dos Limits que agora dependem do Limite de Sinergia pra funcionar,e cada personagem só tem 2,e o segundo só dá pra ativar se usar um Limite de Sinergia primeiro diferente do Remake que funcionava igual ao jogo original. Pelo menos o sistema tem bastante complexidade como no Remake,pois temos ataques que funcionam como launcher pra fazer combos aereos,outros com propriedades distintas e isso é bem usado nesse jogo onde tem inimigos que vão te forçar a usar certas coisas pra fazer ele ficar sob pressão que faz o inimigo ficar atordoado mais rapidamente que o normal,e tem skills diferenciadas pra cada personagem o que resolve o problema do jogo original onde os personagens tem mais individualidade já que naquele jogo equipamos qualquer Materia em qualquer personagem e eles não tem uma coisa própria fora os Limits.



Porém uma outra cosia ruím é o sistema de Folios. Dessa vez não temos um grid de upgrade das armas e sim os Folios que dão algumas vantagens aos personagens como dar mais criticos,mais defesa e etc e você pode realocar esses pontos caso precise que só são ganhos subindo de lv.é um sistema bem chato e limitado comparado ao anterior. O novo sistema de criação de ítens é bem vindo o que te faz depender menos das lojas,você agora precisa sair catando coisa do chão sempre que vir. Quanto aos minigames eles podem variar. Tem uns que são muito divertidos como a corrida de chocobos que tem aspectos similares a um Mario Kart,a corrida de motos do original,o excelente Queen's Blood,um card game viciante que só tem um defeito: você tem que comprar decks as cegas,se algum for bom sorte sua senão... enquanto outros são insuportáveis principalmente aqueles onde a Square quer enfiar ATB em tudo quanto lugar,tem o game de luta onde temos que advinhar o movimento dos inimigos,tem o de abdominais,tem o Fort Condor e um minigame similar de robozinho e o pior de todos que é o de planar com chocobo em Cosmo Canyon.



Visualmente FFVII Rebirth é incrível porém talvez não seja o salto tão grandioso que muito esperava,e olhando este jogo e o Remake poucos percebem as diferenças porém os personagens tem o dobro de polígonos e detalhes.As cutscenes continuam grandiosas,em uma delas podemos perceber Zack limpando o rosto de Aerith e a bochecha dela reagindo realisticamente ao movimento da mão dele te deixa de boca aberta. Fora disso ele parece um pouco melhor em reação ao Remake e de uma forma muito estranha aqueles mesmos problemas da versão do PS4,que algumas texturas tem baixa qualidade,geralmente objetos pequenos ou rochas,exatamente o mesmo problema do Remake na versão PS4 que foi corrigido nas versões PS5 e PC e aqui o problema retorna então acredito que a culpa seja do tempo de desenvolvimento que é curto demais pra polir o jogo até a data de lançamento então a equipe tem de definir prioridades. O game tem problemas no modo desempenho onde ficava as imagens borradas como se você fosse alguém que precisasse de óculos e enxergasse as coisas sem nitidez,o problema foi resolvido mas não com 100%. Outra coisa ruím é que as animações dos personagens são bem inferiores as de FFXV embora dê pra dar um desconto pois eram somente 4 personagens naquele jogo,então era um pouco mais fácil criar animações mais fluídas e complexas. Em alguns pontos você tem a sensação de movimentação de jogos antigos como FFXIII e o X pois são duras e artificiais. Exceto nas cutscenes onde tudo é perfeito. As músicas não estão a cargo de Nobuo Uematsu mas os remixes das trilhas originais deram uma nova vida as músicas antigas. Embora existam músicas novas que destoam um pouco do jogo,compostas pelo Masashi Hamauzu que seguem o estilo das músicas que tinha no FXIII mas não combina muito pois o resto da trilha tem uma pegada diferente. O meu destaque vai pra trilha sonora da região do deserto em Corel que é sensacional e a de Gongaga que tem uma peada bem diferente da original.




Pra finalizar a sensação é de que FFVII Rebirth realizou um sonho,porém embora suas cutscenes e CGs continuam impressionando fica aquela sensação que faltou alguma coisa principalmente comparado a jogos chineses da Hoyoverse que parecem querer sempre te surpreender em cada área com alguma novidade e sendo mais criativos que o time de desenvolvimento da Square Enix que ainda carece de criatividade e ousadia,ousadia essa que nós tínhamos em jogos como Kingdom Hearts e até mesmo no FFVII original quando víamos o estilo cinematográfico do jogo ou quando víamos o cenário se mover de repente em um momento,fora que a imersão é maior principalmente pelos vários personagens que controlamos que habitam aquele mundo tendo suas próprias histórias originais paralelas a da trama central,apesar de que FF ainda leva vantagem por ser um jogo de progressão de mundo ao invés de progressão de conta como os jogos gacha onde a sua evolução é pra modos de jogos específicos enquanto a progressão de mundo te faz evoluir pros desafios de mundo,onde você ode achar um chefe absurdamente forte pra enfrentar. A  experiência de conviver com esses personagens e sua busca mesmo que a questão de mundos paralelos seja um pouco deslocado demais faz cada coisinha mínima valer a pena.É a experiência quase perfeita do original,mostrando que a tecnologia atual pode melhorar os diversos aspectos de uma trama já consagrada


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